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O ABC dos metafísicos II
Rones Dumke - 2017
Desenho, pintura e colagem sobre madeira
76,00 cm altura x 62,00 cm largura x 0,40 cm profundidade
USD 1.135,00
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Código do produto: 14089
O ARTISTA
Rones Dumke
“O tempo governa tudo”, “A queda de Eva”, “O atendimento a São Sebastião”, “Compaixão”, “O ABC dos Metafísicos”. Ao apenas ouvir os títulos das obras de Rones Dumke, mesmo às cegas, fica clara a atração do artista pelas questões enigmáticas do universo. Quando os olhos finalmente se voltam para suas criações, segredos e mistérios profundos são revelados, como se pedissem para serem decodificados.
Para Rones, o enigma consiste “no poder de transformar uma coisa em outra diversa”. Entre figuras recortadas minuciosamente de livros de ciências e outras fontes; colagens simétricas e pinceladas a óleo ou guache, suas obras trazem simbolismos que remetem às fascinantes teorias escondidas em pinturas famosas, como os afrescos “A Última Ceia”, pintado por Leonardo da Vinci; ou ao teto da Capela Sistina, no Vaticano, assinado por Michelangelo.
Influenciado por temas como metafísica, filosofia e teosofia, as criações do artista parecem ser tentativas de descrever os fundamentos, as causas ou princípios, a estrutura básica. Suas obras remontam a doutrinas filosóficas, por vezes místicas e especulativas, que parecem buscar conhecimento da natureza da divindade e da origem e propósito do mundo.
Do interesse pela tradição hermética e alquimia, Rones parece ter herdado a busca pela harmonia dos contrários. “Vejo a arte como um poema metafórico e ato intelectual que estabelece as correspondências entre as realidades existentes”. Para ele, a imaginação é o princípio da síntese, capaz de unir tudo o que é inconciliável. “Todos os paradoxos podem ser reconciliados. Procuro conciliar os extremos, mas de forma que eles não percam as suas peculiaridades”, elucida.
Defensor dos valores espirituais, Rones vê nas artes plásticas a liberação da tensão emocional, que pode proporcionar o sentimento de leveza e alívio. De acordo com ele, a obra do verdadeiro artista não representa tanto uma catarse como purificação de seus próprios problemas pessoais, mas uma satisfação dos anseios mais íntimos da alma humana. “O artista deve resolver de uma maneira simbólica seus problemas pessoais, com a panaceia da arte, e não em forma de sintomas neuróticos, como ocorre com aquele não “inspirado pelos deuses””, aponta.
Ainda na adolescência, Rones sofreu uma influência benéfica de seu pai, que foi um relojeiro e aluno do artista italiano Guido Viaro. “Ele e meu avô Aurélio desenhavam muito bem. Desde sempre eu enxerguei o traço de algo figurativo sobre a superfície em branco do papel como um ato mágico”. Além da inspiração familiar, o artista contou com o apoio da crítica e historiadora de arte Adalice Araújo.
Frequentou o atelier do pintor Carlos Scliar e conquistou diversas premiações importantes em salões de desenho e galerias. Conservador e tradicionalista, nas palavras dele mesmo, conta que venceu os percalços da trajetória artística de mais de 50 anos graças ao apoio de sua esposa e “presente divino” Mara Lúcia, e da filha Tamara, principal motivação para que o artista continue seguindo sua longa jornada criativa.
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