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A menina e os pássaros III
Salete Lottermann - 2025
Cerâmica em argila branca, esmalte comercial, queima 1230 C°, base em argila terracota
12,00 cm altura x 19,00 cm largura x 19,00 cm profundidade
USD 200,00

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Código do produto: 15385
A ARTISTA
Salete Lottermann

Quando a artista visual brasileira Sônia Gomes disse: “Meu trabalho vem do corpo, da memória das mulheres que vieram antes. É uma oração silenciosa”, ela estava compartilhando com o mundo uma das maiores fontes de inspiração das mulheres: o sagrado feminino. Da mesma forma, a artista Salete Lottermann cria suas obras a partir da força das mulheres de sua linhagem, especialmente sua mãe, transformando memórias e afetos em arte.
Mas o que esse termo “sagrado feminino” quer dizer? Ele representa uma conexão profunda da mulher consigo mesma, com sua intuição, coragem, sensibilidade, energia vital e espiritualidade. É um caminho de volta à essência, à escuta do corpo e às histórias passadas de geração em geração. Essa ligação ancestral atravessa as mulheres de uma família como um fio invisível que costura força, cura e sabedoria.
Segundo Salete, o feminino é um dos temas recorrentes em sua produção artística, pois em toda sua vida foi inspirada por sua mãe. Assim, para ela, como mulher que cresceu com uma grande referência, não poderia produzir arte sem falar desta temática.
A escultura foi a técnica escolhida pela artista para transmitir toda a sua criatividade e paixão. Suas criações tomam forma como pequenos vestidos, peças que ela enxerga como fortes símbolos da feminilidade. Por meio delas, Salete personifica os sentimentos, vivências e camadas da experiência feminina: os anseios e dilemas, as alegrias, lutas e conquistas.
“Crio minhas esculturas como corpos simbólicos, na esperança de que eles despertem identificação e significado nos observadores”, conta.
Seu processo criativo passa por três elementos: o feminino, a natureza e o divino. Muitas vezes, são conversas, acontecimentos ou até mesmo imagens que vê no dia a dia e nas redes sociais que despertam sua imaginação e se tornam inspirações. Essas referências vão tomando forma e ganhando matéria através da argila, da tinta ou de outras técnicas que ela procura explorar.
Salete gosta de entregar-se à intuição e deixá-la como guia. É nesse ponto que os caminhos se abrem, muitas vezes de modo inesperado, levando-a a pesquisas profundas, experimentações e novas descobertas. Sua busca atual está voltada à potência que existe na delicadeza, uma escuta afetiva da menina que um dia foi, permitindo que ela fale através da arte, como um olhar poético sobre o divino que habita cada ser e sobre os grandes desafios da humanidade.
Atualmente, a artista está mais voltada para a cerâmica para se expressar. Esse material, segundo ela, possibilita a criação em diálogo com os quatro elementos (terra, água, ar e fogo) e com isso oferece um contato direto com a força da Mãe Terra.
“É um processo que demanda tempo, mas que também ensina sobre paciência, entrega e desapego”, explica.
Nascida em Marechal Cândido Rondon (PR), a artista Salete Lottermann cursou pintura na Escola de Belas Artes e também realizou diversos cursos na área, como desenho e gravura. Durante alguns anos atuou como professora em escola pública e ateliês de arte.
Na juventude, a artista deixou sua cidade natal para estudar e trabalhar. Já em 2020, retornou para uma imersão com a família e aos afazeres locais. Esse reencontro com as raízes fez com que começasse a incorporar novos materiais ao seu trabalho artístico. Pois ao aprender crochê, costura e outros artesanatos percebeu várias possibilidades criativas, além das funções tradicionais.
Depois desse período, voltou a Curitiba. Em um momento de profunda reflexão após a perda da mãe, percebeu como o processo de nos tornarmos quem somos é valioso. E que os nós e laços da vida não precisam ser escondidos, eles também contam uma história.
“Para mim, a arte é vida. Ela está em mim como o sangue que corre nas minhas veias e me alimenta. É através dela que me encontro comigo mesma e me expresso para os outros. Que me sensibilizo e compreendo o mundo”, finaliza.
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