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Borboleta - 5

Lorenna Barros - 2022

Acrílica fosca sobre papel Canson mix media aquarelável 300m/g²

29,70 cm altura x 42,00 cm largura x 0,05 cm profundidade

USD 235,00

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A ARTISTA

Lorenna Barros


Para mim a importância da arte é a constante lembrança da capacidade de abstração e imaginação do ser humano.

A metamorfose da borboleta que virou arte. Seria a arte imitando a vida ou a vida imitando a arte? Isso pouco importa. Mas foi tomada por essa analogia de transformação que a jovem artista Lorenna Barros se apoiou na criação artística de borboletas para passar por seu período de luto e transição de carreira. Da mesma forma que a lagarta sai do casulo pronta para voar livremente, Lorenna abandonou suas convicções e seguiu voo direto para sua liberdade. 

A arte veio até Lorenna no momento em que ela mais precisava de cura. Ao pintar, a artista não apenas se despediu de uma fase turbulenta de sua vida, tendo vivenciado o falecimento de sua mãe há sete anos, como também encontrou uma forma de se reconectar e reestabelecer esse laço materno. 

“A influência da minha mãe na minha vida veio primeiro em conhecer a arte como ofício e entender que isso é realmente um trabalho”, conta. As duas compartilharam diversos momentos marcantes, mas para a artista, os mais especiais foram os dias passados no ateliê de sua mãe vendo-a trabalhar para, depois, ter a oportunidade de participar de seus eventos e exposições.  

A artista nasceu e cresceu em Iporá, Goiás, e passou toda a infância ao ar livre por conta dos trabalhos rurais de seus avós maternos e paternos. Ter sua juventude tão entrelaçada à natureza definitivamente moldou sua vida adulta. Não é apenas da sua origem no campo que obtém inspiração para suas criações, mas também se inspirou em seu pai, engenheiro agrônomo, e da sua avó materna, que tinha inúmeras habilidades: de costureira à paisagista; e até à produtora de eventos. 

A artista se identifica com o Fauvismo e gosta de cores que contrastam com a realidade, resgatando o seu "eu" criança que era livre para colorir da forma que desejava, sem as barreiras mentais que a vida adulta contruiu .

A menina cresceu acreditando que sua ligação com a arte seria unicamente como pesquisadora ou estudante do assunto. Formou-se em arquitetura e urbanismo e lá aprendeu a base sobre desenho e estudos de proporção.  

Atuou na área corporativa ligada à engenharia até 2020. Mas em meio à pandemia do Corona vírus, sentiu um novo tipo de puxão para o lado artístico. Passou a pintar e não parou mais: descobriu na criação de arte o que faltava em sua vida. De forma decidida, planejou sua transição de carreira. Pronta para essa nova fase, mergulhou de cabeça em seu trabalho como artista plástica. 

Lorenna gosta de cores que contrastam com a realidade, resgatando seu “eu” criança que era livre para colorir paisagens e objetos da forma que desejava, sem as barreiras mentais que a vida adulta construiu. O material que usa em seu trabalho e que mais lhe agrada é o papel, não apenas como um resquício da sua formação em arquitetura, mas também por conta do acabamento que ele proporciona com as técnicas em acrílica e guache que a artista utiliza.  

Durante seu tempo de pesquisa com a colorimetria, Lorenna identificou-se com o Fauvismo: um movimento artístico, iniciado em 1901, conhecido principalmente pela liberdade com as cores que permitia. Os artistas dessa época não se preocupavam tanto com a técnica, mas em como transmitir as expressões que pintavam - gostavam que os espectadores das obras criassem suas próprias interpretações. Eles deixaram as formalidades de lado, estavam mais ligados ao seu lado primitivo, quase como uma tentativa de voltar à pureza das criações infantis.  

Ao vivenciar seu processo interno de descoberta, Lorenna encontrou na natureza mais do que seu ponto de paz. É de lá que tira inspiração para sua arte e onde enxergou, em meio ao caos do mundo, o seu lugar seguro: o único em que consegue entrar em sincronia com suas raízes. Quando pinta, a artista busca silenciar as pessoas à sua volta, ouve música e trabalha sua criatividade em volta da recuperação do seu estado mental e espiritual. 

“Para mim a importância da arte é a constante lembrança da capacidade de abstração e imaginação do ser humano.” 

 



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